Leituras da arquitetura e da cidade
POLO DE SAÚDE TERESINENSE
POLO DE SAÚDE TERESINENSE
Em 1941 iniciou-se o processo de formação do chamado Polo de Saúde teresinense com a construção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) que foi o primeiro hospital a surgir nas imediações da Av. Frei Serafim – onde atualmente encontra-se a maior concentração de hospitais, clínicas, laboratórios de exames e farmácias na capital. Por se tratar de um polo de saúde, a região contém basicamente cinco tipos de equipamentos urbanos: hospitais, hotéis, pensões, farmácias e lanchonetes. Além de um anexo da Universidade Estadual, a Faculdade de Ciências Médicas (FACIME).
Fig. 1 - O grande fluxo de pessoas atraídas pelo pólo, tanto da capital quanto do interior e de outros estados impossibilita um escoamento adequado do trânsito de automóveis e pedestres. Foto: Thamires Moraes, 2011.
As ruas são estreitas, porém apresentam boa sinalização vertical e horizontal. Em algumas calçadas existem rampas de acessibilidade, no entanto são insuficientes e encontram-se geralmente nas calçadas com pavimentação inadequada.
Fig. 2 - Calçadas em mau estado de conservação dificultam a acessibilidade na Rua Olavo Bilac. Foto: Lennara Nogueira, 2011.
Um fato recente na região é a presença de vendedores ambulantes, os camelôs, que migraram forçadamente da Rua Simplício Mendes e da Rua Álvaro Mendes, sob ordem da prefeitura. Aproveitando-se da grande circulação de pessoas, eles direcionaram-se para lá, criando mais um problema para a região e bloqueando, por vezes, a utilização do passeio público pelos transeuntes.
Os hospitais têm em geral mais de um pavimento e a maioria segue estilo moderno, apresenta linhas retas e fachada limpa, com alguns elementos em vermelho, como os caixilhos das janelas. .
Os hotéis, verticalizados, seguem o mesmo estilo dos hospitais: fachadas limpas e de linhas retas. Essa área tornou-se bastante valorizada para investimentos direcionados ao desenvolvimento do polo, e por isso seus terrenos são alvo de especulação imobiliária.
Fig. 4 - As pensões, bastante precárias, são geralmente residências adaptadas que costumam ser desorganizadas, sem muita estrutura ou condições de higiene. Suas fachadas em geral não dialogam com as dos hospitais e hotéis. Foto: Thaynan Stefanny, 2011.
A região estudada não possui equipamentos urbanos suficientes. Nas imediações não existe nenhum tipo de posto policial e segundo relatos, não há policiamento nas ruas durante o dia nem a noite. Também não há escolas ou creches onde os funcionários possam deixar seus filhos durante o horário de trabalho. Não há bancos nem áreas de convivência na região, o que não é adequado, pois há uma imensa quantidade de pessoas circulando durante o dia, que necessita, de um local para descansar ou mesmo aguardar consultas e recebimentos de exames. No entanto, é compreensível que na configuração atual esses bancos não estejam presentes, já que as calçadas são bastante estreitas o que dificultaria a circulação.
Há postes de iluminação ao longo de todas as quadras que integram o polo de saúde, o que é extremamente necessário, pois as ruas tendem a ficar desertas durante a noite, propiciando um ambiente favorável à ação de criminosos.
Fig. 5 - O mobiliário urbano da região é razoável, mas não completo. Há lixeiras nas calçadas, no entanto não são suficientes. Foto: Thaynan Stefanny, 2011.
Não há lixeiras destinadas para a coleta seletiva do lixo, mas a maioria dos hospitais tem depósito próprio para lixo hospitalar. Todos os dias durante a noite o caminhão de coleta de lixo passa, além de garis que limpam a via pública durante o dia.
Fig. 6 - Os esgotos a céu aberto exalam intenso mau cheiro e parecem estar permanentemente sujos, entopem facilmente causando alagamentos em períodos chuvosos. Foto: Thaynan Stefanny, 2011.
Nas imediações da Rua Desembargador Pires de Castro, aproximando-se dos limites do polo, pode-se encontrar uma maior diversidade de atividades e arquiteturas, onde construções antigas e contemporâneas convivem em interdependência. Encontram-se clínicas de diversas especialidades, pensões, restaurantes, lanchonetes, farmácias, lojas de variedades, estacionamentos e residências.
Com exceção das clínicas todos os outros imóveis mantiveram as características originais do que ainda não foi demolido, porém demonstrando pouca preocupação com sua conservação. As clínicas possuem linhas contemporâneas e calçadas com acessos que obedecem as normas de acessibilidade, apesar de nem toda a vizinhança possuir rampas com baixa inclinação.
Como se pode perceber o polo de saúde ainda tem grandes deficiências, ainda que seja uma referência regional nos tratamentos de saúde. A infraestrutura é precária, o mobiliário é insuficiente e os equipamentos urbanos são quase inexistentes. Os principais problemas estão relacionados à circulação de pessoas e veículos. Uma boa iniciativa seria a melhoria nas pistas de rolamento, alargamento das ruas, maior fiscalização dos órgãos de trânsito, e nas calçadas, alargamento e restauração. Assim se poderia instaurar a circulação de transporte público nas proximidades.
Também deveria ser investido mais em policiamento e segurança na região. Por ser uma área essencialmente médica, tende a esvaziar no turno da noite e ficar mais propensa à criminalidade. A instalação de creches nas proximidades seria outra medida bastante útil para os trabalhadores da região. O tratamento de esgotos e a criação de galerias também seriam necessários além do aumento das rampas de acesso.
Disciplina: Leituras da arquitetura e da cidade, 2011.
Prof. ª Dra. Alcília Afonso
Componentes:
Ana Clara Carvalho
Danilo Luz
Lennara Nogueira
Luan Rusvell
Mario Pacheco
Thamires Moraes
Thaynan Stefanny
Edição e Diagramação: Vanessa Cordeiro (estudante de arquitetura-UFPI)
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