Maria Gabriela Costa Fernandes
Arquitetura e Urbanismo
- Descrição da pesquisa
Esta pesquisa tem como título “Ininga: de Fazenda a bairro residencial e universitário. A Formação urbana do bairro Ininga e sua relação com o Campus Universitário Ministro Petrônio Portella da UFPI”, Trabalhará com o tema da história urbana, investigando a respeito de três variantes (uma fazenda, uma cerâmica, o campus universitário) observando as relações existentes entre elas e que acarretaram na configuração espacial do bairro Ininga, existente na contemporaneidade.
Em investigação realizada em fontes bibliográficas nada foi encontrado sobre a formação do bairro, e somente através de depoimentos orais, foi possível se construir um fio condutor da possível história
incipiente e hipotético da região, para a montagem deste projeto que se inicia. Sabe-se que o bairro está localizado em uma área na qual anos atrás fazia parte das terras da Fazenda Ininga , que deu origem ao nome do mesmo.
Outro fato histórico importante, é que anos depois, em 1978, foi criada e implantada uma cerâmica pelas Famílias Fortes e Freitas nas terras do Sr. Noé Fortes. Esta informação foi passada através de depoimento prestado por uma das filhas do Sr. João Freitas, a Sra. Nazaré Freitas, que concedeu ricos
depoimentos sobre esta fase.
Datas, personagens envolvidos, fatos, necessitam ser levantados e relacionados, a fim de se precisar este período de transição entre a antiga fazenda Ininga e a implantação da Cerâmica Livramento. Soube-se também que, muitas famílias se instalaram na região para trabalharem na produção cerâmica, consolidando-se na área e dando origem às primeiras comunidades.
Através de depoimentos dados, soube-se que após algum tempo, houve uma cisão na sociedade das famílias Freitas e Fortes, fazendo com que a família Fortes criasse a Cerâmica Fortes e Barroforte, e se transferiram para a zona rural de Timon, no Maranhão. A família Freitas permaneceu com o nome da Cerâmica Livramento, que após algum tempo, também foi transferida para Timon. De acordo com o depoimento de alguns funcionários antigos da Cerâmica Livramento e que acompanharam a sua criação, havia inicialmente naquela área, apenas três casas e uma vacaria, pertencentes à família Fortes e após a instalação da cerâmica, foi formada uma pequena vila nas proximidades da indústria, mas lá não havia calçamento, escolas, postos de saúde e a população vivia em péssimas condições.
Observou-se em visita realizada ao local, que até os dias atuais, muitos dos descendentes dos antigos funcionários, ainda habitam a área de forma primitiva , sem nenhuma infra-estrutura urbana. A região na qual estas famílias vivem é conhecida nos dias atuais como Vila Ininga e Vila Cerâmica, e fazem parte do bairro Ininga.
Em 14 de agosto de 1973, as terras do Campus da UFPI em Teresina foram adquiridas pelo Governo Estadual de Alberto Silva e transferidas para a instituição. Este fato foi um dos pontos marcantes da administração do segundo Reitor da Instituição, Hélcio Ulhoa Saraiva(1971-74) que
implantou novos cursos e construiu novos blocos, realizando a transferência de edificações, antes dispersas na área central de Teresina.
Atualmente, observa-se neste bairro um grave problema urbano, composto por um contraste de
distintos usos, que vão desde setores habitacionais de renda média alta, à existência de vilas municipais carentes e desprovidas de serviços públicos. A predominância residencial com tipologias de padrão médio alto, contrastam na paisagem urbana, com comunidades carentes, e miseráveis como, a Vila Ininga e a Vila Cerâmica , composta por habitantes descendentes dos antigos funcionários da Cerâmica Livramento.
